quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Desmatamento na Amazônia cai 72%, e meta para 2020 pode ser antecipada



A meta de redução de 80% no desmatamento da Amazônia até 2020 foi um dos compromissos que o Brasil levou à Conferência de Copenhague, em dezembro. Mas, segundo o Ministério do Meio Ambiente, este percentual pode ser atingido antes deste prazo. A razão do otimismo é o levantamento divulgado terça-feira sobre a queda no desmatamento na região, que caiu 72% na comparação entre os meses de outubro e novembro de 2008 e o mesmo período de 2009.
– A meta é reduzir o desmatamento em 80% e chegar a 3,5 mil quilômetros quadrados em 2020. Podemos alcançar essa meta ainda este ano, com nove ou dez anos de antecedência – aposta o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. – Podemos chegar em 2020 com redução de 95% do desmatamento em relação à década anterior.

Nos meses de outubro e novembro de 2009, a Amazônia perdeu 247,6 quilômetros quadrados de floresta. Já no mesmo período de 2008, haviam sido desmatados 896 quilômetros quadrados na Amazônia, uma diferença de 72%. Os novos números foram produzidos pelo Instituto Nacional de Pesquisa Meteorológica (Inpe).
De acordo com o sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe, a Amazônia perdeu uma área de 175,5 quilômetros quadrados em outubro do ano passado, contra 541 quilômetros quadrados um ano antes; e outros 72,1 quilômetros quadrados em novembro, contra 355 quilômetros quadrados um ano antes.
– Nós podemos dizer, pela primeira vez, que o desmatamento da Amazônia está sob controle – disse Minc, que considerou a queda de 2009 acentuada especialmente porque 2008 já havia registrado recorde de redução do desmate.

Minc atribui a queda no desmatamento às operações de fiscalização realizadas pelo Ibama, pelas Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança e às atividades da Operação Arco Verde, que tem como objetivo promover alternativas econômicas à exploração ilegal da floresta. Minc afirmou que uma das principais preocupações do país é buscar um modelo de ocupação e desenvolvimento sustentável e não-predatório na Amazônia.
– A gente pretende mostrar que é possível viver na Amazônia sem destruir o bioma – disse o ministro do Meio Ambiente.

A medição considera as áreas que sofreram corte raso (desmate completo) e as que estão em degradação progressiva. Segundo Minc, a cobertura de nuvens na região em 2009 foi menor que em 2008, o que permitiu que os satélites observassem áreas maiores de floresta.
– Ninguém pode dizer que não vimos o desmatamento porque estava tudo coberto de nuvens. Não é o caso, porque as nuvens abriram e verificamos que o desmatamento caiu.
Samuel Mazia

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